O Parque da Luz é reconhecido como um parque urbano, localizado na cabeceira da Ponte Hercílio Luz, no centro da cidade de Florianópolis, num dos pontos mais estratégicos da região central, com 3,7 hectares de área Verde de Lazer (AVL) foi criado em 1999, por meio da Lei 051/99. Desde 2015 consagrou-se a parceria em forma de gestão compartilhada do parque, entre a FLORAM e AAPLuz, evoluindo para a presente construção de diretrizes para as intervenções de qualificação no Parque da Luz.
O relatório apresentado abaixo é o resultado de um trabalho conjunto, envolvendo o poder público, a sociedade civil organizada e a Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, que visa definir as diretrizes que irão compor o Programa de Necessidades para a elaboração de um Projeto Paisagístico para o Parque da Luz. O trabalho faz parte do Projeto Ponte Viva, da Prefeitura Municipal de Florianópolis, coordenado pelo Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis - IPUF, que prevê a criação, adequação e melhoria da infraestrutura viária e dos demais espaços públicos abertos do entorno, tanto na Ilha como no Continente, para a reabertura da Ponte Hercílio Luz.
De agosto de 2017 a abril de 2018, um grupo composto por representantes da Secretaria Municipal de Turismo, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico - SMTTDE, do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis - IPUF, da Fundação Municipal do Meio Ambiente - FLORAM, da Associação dos Amigos do Parque da Luz - AAPLuz, da ONG Floripamanhã e do Laboratório de Cidades mais Humanas, Inteligentes e Sustentáveis - LabCHIS/UFSC, se reuniram para pensar formas possíveis de intervenção paisagística e arquitetônica, utilizando como base as percepções e sugestões da população sobre o Parque da Luz.
Mais do que diretrizes para um projeto de requalificação, esta iniciativa busca compreender a interação da população com este espaço urbano.
Em sintonia com o conceito de uma cidade mais humana, inteligente e sustentável, o cidadão tem papel central na concepção e desenvolvimento das cidades. O sucesso das intervenções requer seu envolvimento desde a definição das características e das prioridades dos projetos, para que ele seja partícipe do processo de mudança. Assim, mecanismos de participação presenciais e/ou eletrônicos, são importantes para promover e facilitar o diálogo entre cidadãos, organizações locais, técnicos e gestores públicos (CUNHA et al., 2016).
Neste sentido, o grupo de trabalho desenvolveu duas ações: um questionário público online, e uma oficina presencial no próprio Parque, para que a população pudesse identificar ou reconhecer os caminhos e recantos do parque, além de contribuir com suas percepções e sugestões.
O relatório a seguir busca comunicar os resultados deste trabalho e está estruturado em 6 partes: na seção 1, temos um breve histórico do Parque da Luz; na seção 2, a metodologia e a análise dos dados; na seção 3 são apresentados ambos resultados, do questionário e da oficina de ideias; na seção 4, as diretrizes e na seção 5, as considerações finais.